domingo, 4 de abril de 2010

20 anos se passaram...

Foi há pouco mais de 20 anos. Desde então ainda lá não voltei. Já esteve perto, mas a pele de umas cadeiras fez-me demorar algum demasiado tempo em Paços de Ferreira e assim, não sobraram dias para lá voltar.

 Deve ter sido algures nos finais dos anos 80, inícios dos anos 90 que fui pela primeira e última vez a Santiago de Compostela e La Corunha. Já não recordo muito bem de toda a viagem, mas tenho pequenos lapsos de recordações que me lembram momentos saudosos. Tenho ideia que fui a essa zona duas vezes em pouco tempo. Numa vez apenas com os meus pais e noutra com os meus avós.

 Lembro-me de estar em Vigo. De parar junto do porto de pesca. Estive lá recentemente mas ja não consegui identificar quase nada, afinal duas décadas mudam muita coisa.

Recordo de visitar a Catedral de Santiago de Compostela, onde uma bruxa pregou um grande susto ao meu irmão. No entanto, penso que ele ainda não tinha nascido na primeira vez, pelo que isso deve ter sido da segunda vez. Recordo-me de estar numa longa fila dentro da catedral porque toda a gente queria beijar algo, já bastante sujo de tanta saliva acumulada.

 Recordo-me de numa dessas viagens estar algures junto da fronteira a almoçar, numa mesa de campismo, enquanto o meu irmão brincava com um qualquer novo brinquedo e no rádio dizia que o Chiado estava a arder. Estávamos em Agosto de 1988, senão me engano. Tendo nesse dia, regressado à Sertã pela estrada de Penela (ainda não havia IC8). Recordo-me de estar parado, junto a um pinhal com tudo a arder, onde alguém calmamente fazia as suas necessidades pesadas no meio da estrada, porque no mato tudo queimava.

 No entanto, recordo-me de no outro passeio, regressar por Ourense que tinha uma descida acentuada sobre a cidade, com inúmeras placas a aconselhar a travagem com o motor. Lembro-me de entrar em Portugal por Chaves e da infinita e dolorosa estrada de Vinhais para Bragança. Recordo-me de chegar muito tarde e ter de dormir dentro do carro, junto da estação de comboios e do posto da policia.

 Mais recordações de bons e velhos tempos que me fazem de gostar muito de andar na estrada, de um lado para outro a conhecer novos mundos, novas culturas.

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